PSTU na arquibancada

Para quem torce e luta. Não necessariamente nesta ordem...

6.7.06

A derrota da “Seleção Brasileira”: um absurdo?

Até aos doze minutos do segundo tempo, amargávamos um perigoso zero a zero. Esse injusto placar para a seleção francesa, que desfilava em campo sob a liderança de Zidane, nos deixava apreensivos e inseguros quanto à conquista do hexacampeonato.
Foi a partir do gol francês que as certezas quanto à derrota do time brasileiro, dirigido por Parreira, começaram a se concretizar. E se confirmaram com o apito do juiz aos quarenta e oito minutos do último tempo.
Um absurdo? Quase cento e setenta milhões de brasileiros atônitos, perplexos, boquiabertos, e alguns até em prantos, não acreditavam no fato de estarmos fora da competição. A agonia do jogo foi transmitida em tempo real, através da imprensa, onde não escapava um único lance. Tudo era observado!
Mas afinal, quem foi derrotado lá na Alemanha: o time de grandes estrelas bem pagas do futebol mundial ou as massas trabalhadoras brasileiras?
A luta crucial foi a realizada no território Alemão ou é esta que os trabalhadores e trabalhadoras são convocados diariamente no Brasil da acumulação de riqueza e do sucateamento dos serviços públicos?
Naquele jogo as regras permitiam que vinte e dois jogadores entrassem em campo, já neste aqui, são milhões de pessoas.
Os grandes meios de comunicação de massa (jornais, revistas, emissoras de televisão e rádio) são controlados pelos adversários da classe trabalhadora. Por isso, existe um interesse maior em cobrir a Copa do Mundo, do que em mostrar os espetaculares lances dos banqueiros ou as manobras de um governo traidor.
Na verdade, a maior parte dos trabalhadores e da juventude sequer tem consciência que estão dentro de um mega-jogo, que cada gol do adversário resulta em piores condições de vida: menos emprego, menor poder aquisitivo, pouca terra para a reforma agrária e menos investimentos em educação, saúde, moradia e saneamento.
Como afirmou Maiakovski: “O tempo é escasso, mãos à obra. Primeiro é preciso transformar a vida para cantá-la em seguida”.
Enviado por Thiago Barreto, estudante de História da UESC

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